A Batalha do Apocalipse
Da Queda dos Anjos ao Crepúsculo do Mundo
O
sonho de qualquer amante do gênero fantástico é um livro bem escrito,
com personagens cativantes e uma história interessante. Quem não há de
concordar? Além de possuir todos esses atributos, A Batalha do Apocalipse é também um livro nacional! E, sem dúvidas, um orgulho.
Para
aqueles que torcem o nariz para tudo que vem do seu próprio país, eis
uma bela oportunidade para fazê-los repensar e dar valor aos nossos
autores. Pois estamos diante de um épico! Sim, e sem exageros.
A
princípio, o cenário fantástico não me era tão atraente. Ainda que a
cultura dos anjos e demônios, e as batalhas celestiais consigam me
atiçar a curiosidade, não me imaginava encarando as quase seiscentas
páginas da obra de Eduardo Spohr na minha atual fase literária
(depressão pós-Millennium). Mudei completamente de ideia ao devorar as
primeiras páginas do livro!
“Há muitos e muitos anos, tantos anos quanto o número de estrelas no céu, o paraíso celeste foi palco de um terrível levante”
Spohr
nos traz personagens sedutores. Logo de cara, somos apresentados ao
Anjo Renegado Ablon. Este pertence à casta dos anjos guerreiros, os
chamados querubins. Nosso protagonista liderou uma conjuração contra o
Arcanjo Miguel. Traído por Lúcifer, a Estrela da Manhã, ele e os outros
anjos que o apoiavam foram expulsos, formando assim a irmandade dos
renegados.
Com
incessante perseguição aos celestiais, muitos guerreiros morrem,
restando apenas seu líder. Uma vez expulsos do Paraíso, estão condenados
à permanecer na Terra até o Dia do Ajuste de Contas. Mas eis que esse
dia se aproxima.
“A espada não vive sem o querubim, e o
querubim não vive sem sua espada.”
É
surpreendente a forma como autor mescla as mitologias e diferentes
visões sobre a história da criação do mundo, fazendo de seu primeiro
romance uma criação única, digna do best-seller que se tornou.
Para
começar, Deus criou o mundo em seis dias. Porém esses não têm as vinte e
quatro horas de duração dos nossos, mas muitos anos, eras. Eis que o
Altíssimo dedica o sétimo dia da criação para o seu descanso, que
terminará no Dia do Juízo Final. Sendo assim, durante toda a história
humanidade quem esteve no governo do universo foram os Arcanjos.
No
topo de todos está Miguel, retratado no livro como um tirano, que
enciumado por Deus ter concebido o livre-arbítrio aos humanos, tem
planos para aniquilá-los e tornar ele próprio o Todo-Poderoso.
“A
grande maioria das pessoas jamais entrará em contato com esses
fenômenos. A cada dia, os seres humanos se apegam mais ao mundo
material, esquecendo seus instintos. Foi por isso que os animais não se
assustaram. Para eles, nada é impossível.”
Os
capítulos dedicados à conspiração de uma terceira guerra mundial, além
dos sinais do Apocalipse que se aproxima, são alternados com àqueles que
revelam o passado do Renegado.
O livro é contado numa linguagem, para alguns inicialmente complicada, mas charmosíssima, e está recheado de belíssimas descrições de cidades históricas. Para mim, que venho mais apaixonando cada vez mais pela História, essa leitura nem deve ter sido deliciosa...
Preparem-se, guerreiros. Pois a viagem é longa!
A Edição Especial
Há
alguns dias de ir em busca do meu exemplar, enquanto revirava o Google
em busca de mais informações sobre o livro, descobri a existência de uma
edição especial, com ilustrações, capítulos excluídos e extra, além de
boas descrições sobre as castas e suas divindades. É uma edição em capa
dura, publicada pela Verus Editora em 2010.
Filosofia Nerd
Recentemente
descobri que Eduardo Spohr mantém um blog recheado de posts
interessantes sobre seus trabalhos, não deixe de visitar o Filosofia Nerd.
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